No vídeo a seguir, mostramos duas cirurgias de vitrectomia via pars plana utilizando o sistema de 27 gauge. O equipamento utilizado foi o constellationR (Alcon - USA). Essas foram as duas primeiras cirurgias utilizando esse sistema, no Brasil, gravadas no Hospital de Olhos do Paraná, Curitiba, PR e no Centro Brasileiro de Visão, Brasília, DF. O sistema 27 G é mais fino e delicado que qualquer outro, realizando incisões de apenas 0.4mm. Anteriormente, o sistema mais fino era o 25 G, com incisões de 0.55mm. Incisões menores induzem menos processo inflamatório, não precisam sutura e possibilitam recuperação mais rápida dos pacientes operados.
O primeiro caso que mostramos é de uma hemorragia vítrea por retinopatia diabética proliferativa e que foi, inteiramente, operada com o novo sistema de 27 G. Ao contrário do que se imagina, mesmo com instrumentos com abertura de menor diâmetro é possível remover adequadamente opacidades vítreas densas. Para tal, basta seguirmos a lei de Poiseuille que prevê que a velocidade de fluxo de um fluido em um sistema varia diretamente com a pressão que se exerce para a retirada do mesmo e inversamente com a viscosidade do material. Os novos sistemas 27 G possuem alto nível pressórico de aspiração atingindo até 600 mmHg e a velocidade do corte vai até 7500 cortes por minuto, ou seja, se fizermos a vitrectomia utilizando esses parâmetros poderemos ter uma velocidade de fluxo semelhante aos aparelhos de maior diâmetro como o 25 ou 23 G. É a velocidade de corte sobre o vítreo que permite que, mesmo denso, ele possa ser retirado rapidamente.
Observem que a cirurgia está em tempo real e toda hemorragia é aspirada em um ritmo constante e similar aos outros equipamentos anteriormente usados. Apesar de mais delicado, o sistema 27 G permite a vitrectomia da periferia sem dobrar a ponteira do equipamento. O cirurgião experiente não terá qualquer dificuldade em realizar tal procedimento. Além da ponteira de vitrectomia ser mais fina, o sistema 27 G vem acompanhado de todos os acessórios com o mesmo diâmetro, como o laser que é realizado ao final deste procedimento.
No segundo caso, mostramos a cirurgia de um paciente com buraco macular. Com a alta pressão de vácuo exercida sobre o vítreo, é retirada a membrana hialoide posterior de maneira fácil e segura. Uma vez retirada a hialoide posterior, a membrana limitante interna é corada com azul brilhante para ser removida com o auxilio de fórceps apropriado. Ao final da cirurgia é realizada a troca fluido-gasosa
Palavras-chave: Vitrectomia.