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Revisão Narrativa de Literatura

Aberrometria na cirurgia de catarata

Aberrometry in cataract surgery

Isaac Carvalho de Oliveira Ramos1; Guilherme Ribeiro2; Andréia Peltier de Queiroz Urbano de Souza3

DOI: 10.17545/eOftalmo/2017.94

RESUMO

Com a evolução tecnológica dos cálculos biométricos, das técnicas cirúrgicas, dos equipamentos de facoemulsificação e das lentes intraoculares (LIOs), a cirurgia de catarata tornou-se um procedimento essencialmente refrativo, no qual se almeja atingir no pós-operatório não somente ganho de linhas de visão, mas de qualidade visual. Quando se fala de qualidade visual, deve-se ir além da tabela de Snellen e adentrar os conceitos da Aberrometria. O Grupo de Revisão da Literatura da Sociedade Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa (ABCCR/BRASCS), com esta atualização sobre o tema, pretende ressaltar a importância do exame de Aberrometria pré-operatório para o paciente que será submetido à Cirurgia de Catarata, pela sua grande utilidade para a otimização do planejamento cirúrgico e melhor escolha da lente intraocular.

Palavras-chave: Catarata; Aberrometria; Acuidade visual;

ABSTRACT

Technological advances in biometric calculation, surgical techniques, phacoemulsification equipment, and intraocular lenses (IOLs) have made cataract surgery essentially a refractive procedure, which aims not only to gain more postoperative lines of visual acuity but also better visual quality. When considering visual acuity, it is essential to go beyond the Snellen chart and use aberrometry concepts. This update by the Literature Review Group of the Brazilian Society for Cataract and Refractive Surgery aims to emphasize the importance of preoperative aberrometry examinations in patients who are scheduled to undergo cataract surgery because of its ability to optimize surgical planning and to enable a better selection of IOLs.

Keywords: Cataract; Aberrometry; Visual acuity;

INTRODUÇÃO

Com a evolução tecnológica dos cálculos biométricos, das técnicas cirúrgicas, dos equipamentos de facoemulsificação e das lentes intraoculares (LIOs), a cirurgia de catarata tornou-se um procedimento essencialmente refrativo, no qual se almeja atingir no pós-operatório não somente ganho de linhas de visão, mas de qualidade visual. Quando se fala de qualidade visual, deve-se ir além da tabela de Snellen e adentrar os conceitos da Aberrometria.

A Aberrometria é a área que estuda as aberrações ópticas, que podem ser classificadas em cromáticas e monocromáticas.

As aberrações cromáticas são decorrentes do fato de que cada cor possui um diferente comprimento de onda e consequentemente um índice refracional diferente. Dessa forma, cada cor do espectro visível é refratada de uma forma distinta (Figura 1).

 


Figura 1 – Ilustração das cores, com seus diferentes comprimentos de onda, sendo refratadas em diferentes ângulos.
Fonte: http://www.tecnisiol.com/eu/materials.htm

 

As cores de comprimento de onda curto, como o verde, por exemplo, terão seu foco mais anterior (córnea e cristalino) quando comparada com a cor vermelha, com grande comprimento de onda, que terá seu foco mais posterior. Publicações mostram que existem até duas dioptrias de diferença cromática dentro do espectro visual, o que certamente deve gerar consequências na qualidade de visão do paciente.1,2 Apesar de sabermos de sua existência, ainda não existem equipamentos que consigam avaliar de forma sensível a sua influência na função visual, porém já são utilizados métodos para melhorar essa dispersão cromática em lentes intraoculares. A LIO Tecnis Symfony® (Abbott Medical Optics), por exemplo, apresenta uma tecnologia de controle da aberração cromática que diminui a dispersão dos diferentes comprimentos de ondas e melhora a qualidade visual no pós-operatório3 (Figura 2).

 


Figura 2 – Ilustração de uma lente sem controle de aberração cromática (esquerda) e outra com controle de aberração cromática (direita)
Fonte: http://www.tecnisiol.com/eu/materials.htm

 

As aberrações monocromáticas, por sua vez, já são bem estudadas e sua influência na qualidade de visão deve ser medida no pré e pós-operatório dos pacientes de cirurgia de catarata. As aberrações monocromáticas podem ser divididas em aberrações de baixa e de alta ordem. No primeiro grupo, encontram-se os erros refrativos como a miopia (defocus miópico) e a hipermetropia (defocus hipermetrópico), além do astigmatismo. As aberrações de alta ordem, como por exemplo o coma, o trefoil e a aberração esférica, embora representem a menor parte dos erros refrativos em olhos normais, podem influenciar negativamente a qualidade visual, principalmente no que se refere ao contraste mesópico.4

Como as aberrações oculares são diretamente proporcionais ao tamanho pupilar,5 quando o tamanho da pupila diminui, a íris passa a ser uma verdadeira barreira aos raios luminosos mais periféricos e aberrados, permitindo que apenas as aberrações mais centrais sejam percebidas pela retina. Já em pupilas maiores, os raios periféricos e com maiores aberrações de alta ordem geram dispersão de luz e consequente maior borramento da imagem retiniana.6 (Figura 3). A avaliação dessas aberrações no pré-operatório é fator determinante para um correto planejamento cirúrgico da lente intraocular a ser implantada.

 


Figura 3 – Ilustração do Point Spread Function (PSF – Ponto de Espalhamento de Luz), o qual é o indicador da imagem retiniana formada por um ponto de luz emitido por um objeto. Quanto maior o tamanho da pupila, mais aberrações oculares e maior o ponto de espalhamento da luz.
Fonte: https://www.researchgate.net/publication/275891163_Human_Vision_and_Perception

 

Seleção de LIO baseada na Aberrometria

A escolha da lente intraocular na cirurgia de catarata é, atualmente, um passo cirúrgico de grande importância, devido à alta diversidade de modelos e tecnologias disponíveis. É importante enfatizar que, apesar do sofisticado avanço tecnológico, não é sempre a lente intraocular mais moderna ou mais avançada que apresentará o melhor resultado visual.

O uso da Aberrometria para auxiliar essa tarefa permite duas abordagens:

– Escolha entre LIO Esférica ou Asférica

– Indicação ou Contraindicação de Lentes Multifocais

LIOs Esféricas x LIOs Asféricas

A asfericidade (Q) é uma medida geométrica de superfícies elipsóides e representa a mudança da curvatura dessa superfície do centro para periferia. Por este motivo, uma esfera perfeita, por apresentar raios iguais e curvaturas iguais do seu centro para sua periferia, possui asfericidade zero (Q=0). Já a figura elíptica que apresenta seus raios centrais menores (centro mais curvo) do que seus raios periféricos são descritas como Asferas Proladas, com asfericidade negativa (Q negativo). E a figura elíptica que apresenta seus raios centrais maiores (centro mais plano) do que seus raios periféricos são Asferas Obladas, com asfericidade positiva (Q positivo) (Figura 4).

 


Figura 4 – Medida da asfericidade da esfera e asferas prolada e oblada.

 

Como a córnea humana não tem a forma geométrica de uma esfera perfeita e apresenta diferentes raios de curvatura, possui fator Q diferente de zero. Por este motivo, a córnea normal, que apresenta o centro mais curvo do que a periferia, é descrita como prolada e com asfericidade negativa (Q negativo). Após uma fotoablação miópica, a córnea pós-operatória irá apresentar o centro mais aplanado do que a periferia, tornando-se oblada e com asfericidade positiva (Q positivo) (Figura 5).

 


Figura 5 – Córnea pré-operatória com asfericidade negativa e córnea pós-operatória após fotoablação miópica com asfericidade positiva.

 

Toda lente apresenta algum valor de asfericidade e esse valor é diretamente proporcional à indução de uma aberração monocromática de alta ordem chamada de aberração esférica. Essa aberração é descrita como a diferença na refração da luz no centro e na periferia de uma lente devido ao ângulo de incidência dos raios luminosos em relação à superfície da mesma. Dessa forma, os raios que sofrem refração no centro serão focados em um ponto e os periféricos em um foco distinto (Figura 6). Todo sistema óptico que apresenta aberração esférica sofre distorção da imagem e consequente perda da sua qualidade óptica.

 


Figura 6 – Ilustração de uma lente com aberração esférica e seus diferentes pontos de foco.

 

A córnea humana apresenta, em média, uma asfericidade de -0.23 µm e esse formato peculiar induz, em média, uma aberração esférica positiva de +0.28 µm.7 Apesar dessa aberração esférica positiva da córnea, o cristalino do paciente jovem, no processo da acomodação, gera uma aberração esférica negativa, que praticamente compensa o valor da aberração corneal, gerando, assim, um equilíbrio e uma consequente boa qualidade de visão de perto, na juventude.8

Com o passar da idade, a córnea mantém sua forma ou tende a ficar levemente negativa, porém o cristalino, com seu envelhecimento natural, vai ganhando volume, aumentando a espessura de sua porção tanto central quanto periférica e, ao perder sua plasticidade, tende a gerar positivação da sua aberração esférica. Dessa forma, com o passar da idade, surge a presbiopia: a aberração esférica positiva total do olho aumenta e há perda da qualidade da visão de perto devido à ausência do equilíbrio entre a córnea e o cristalino que acomodava9 (Figura 7).

 


Figura 7 – Aberrações ópticas nos processos da Acomodação e Presbiopia.

 

Com o advento das lentes intraoculares, os primeiros modelos de desenho confeccionados foram os das lentes esféricas. Nesse modelo de lentes, os raios que passam pela periferia convergem anteriormente aos raios paracentrais, ocasionando aberração esférica positiva.

Por isso, com o implante das primeiras LIOs esféricas, percebeu-se que a sensibilidade ao contraste de pacientes pseudofácicos não era significativamente diferente de pacientes fácicos com catarata da mesma idade. Ou seja, ao implantar lentes intraoculares esféricas, em sua maioria, não se melhorava a qualidade visual como esperado.10 Esse resultado obtido decorria do fato de que, como a córnea apresentava uma aberração esférica positiva e fazia-se o implante de LIOs esféricas, de aberração esférica também positiva, estava-se induzindo aberração de alta ordem no sistema óptico total muito positiva e, consequentemente, perdendo-se qualidade visual.

No intuito de mimetizar a aberração esférica do cristalino jovem, foram propostas por Holladay, em 2002, as lentes intraoculares asféricas. Esse modelo de lente conta com um desenho geométrico específico, na sua face posterior e também em suas bordas, que busca modificar o raio de curvatura da lente do centro para periferia, para que os raios acabem focando em um mesmo ponto, com melhora da qualidade visual. A depender do desenho das lentes intraoculares asféricas, podem ser obtidas lente asféricas com aberração esférica negativa ou lente asféricas com aberração esférica zero (neutras).

Sendo assim, a diferença básica entre a lente esférica e a asférica, é que, na lente esférica, toda a sua superfície apresenta a mesma curvatura, fazendo com que os raios mais periféricos sejam refratados diferentemente dos raios centrais (modelo com aberração esférica positiva). Já as lentes asféricas, possuem as superfícies anterior e/ou posterior de suas bordas diferenciadas da região central para compensar essa diferença (modelos com aberração esférica negativa e modelos com aberração esférica zero) (Figura 8).

 


Figura 8 – Desenho esquemático de diferenciação de uma lente esférica (laranja) e uma lente asférica (verde).
Fonte: http://www.ophthalmologymanagement.com/articleviewer.aspx?articleid=86679

 

Os desenhos mais modernos das lentes intraoculares asféricas buscam induzir aberração esférica negativa para compensar parte das aberrações esféricas corneais e melhorar o desempenho visual do paciente, principalmente do contraste mesópico.11

Dessa forma, foi observado que, em córneas normais, as lentes asféricas proporcionam uma melhor sensibilidade ao contraste, principalmente em condições mesópicas e mesópicas submetidas a situações de ofuscamento, quando comparadas com as lentes esféricas12 (Figura 9).

 


Figura 9 – Fluxograma de escolha de LIO baseado no padrão corneano da aberração esférica.
Fonte: Adaptado de http://development.aao.org/publications/eyenet/201011/cataract.cfm

 

No entanto, não são todos os olhos que possuem uma boa indicação para as lentes asféricas. Os pacientes que foram submetidos à cirurgia refrativa (RK, LASIK e PRK) estão envelhecendo e sendo submetidos à cirurgia de catarata. Estudos demonstram que após cirurgia de superfície com excimer laser existe uma modificação da superfície anterior, com consequente alteração da asfericidade natural da córnea. Os pacientes submetidos a tratamentos miópicos sofrem indução de aberração esférica positiva, já que o centro de sua córnea é aplanado, enquanto nos tratamentos hipermetrópicos existe a indução de aberração esférica negativa, cujo centro é encurvado.13

Por esse motivo, recomenda-se utilizar LIOs asféricas com aberração esférica negativa nos pacientes pós-tratamento miópico, para tentar compensar a aberração esférica positiva induzida pela fotoablação. Por outro lado, nos pacientes com tratamentos hipermetrópicos, a melhor escolha seria uma lente intraocular esférica clássica, já que esta induz aberração esférica positiva e compensaria a aberração esférica negativa resultante da fotoablação (Figura 9).

Em casos em que existe possibilidade de fragilidade zonular ou outras alterações que possam predispor à descentração da LIO, recomendam-se as LIOs asféricas com aberração esférica zero ou também denominada neutra. Sabe-se que as LIOs asféricas de aberração esférica negativa, quando descentram, induzem altos graus da aberração de alta ordem coma, gerando perda de qualidade visual.14,15 (Figura 9).

Contraindicação de LIOs Multifocais baseada na Aberrometria

A literatura descreve pacientes com queixa de fenômenos ópticos (halos, glare ou diminuição do contraste), quando submetidos à cirurgia de catarata, principalmente com a utilização de lentes multifocais intraoculares. Isso ocorre porque, independentemente da tecnologia de lente ser refrativa ou difrativa, existe uma divisão da imagem com perda de sensibilidade ao contraste. Dessa forma, a indicação de LIOs multifocais perpassa por diversos aspectos relativos ao paciente. Dentre eles podemos citar alguns que devem ser evitados como: pacientes muito exigentes com um alto grau de expectativa e também pilotos de avião ou profissionais que dirijam muito durante a noite.

Em relação à Aberrometria, é de bom senso avaliar com cuidado as aberrações de alta ordem no pré-operatório de pacientes candidatos à LIO multifocal, pois pacientes que apresentam um alto índice dessas aberrações apresentam, no pós-operatório, mais queixa de disfotopsia, glare e halos, podendo resultar na inadaptação à LIO multifocal, com consequente necessidade de troca dessa lente.16

Segundo a literatura, a principal aberração de alta ordem que gera esse tipo de queixa é o coma (aberração assimétrica) e algumas literaturas sugerem o ponto de corte de medida do coma de 0.32 ou 0.33 µm para contraindicar a LIO multifocal.16,17

Ao estudar as aberrações oculares no pré-operatório de cirurgia de catarata, podemos nos beneficiar de informações como do paciente da Figura 10, o qual foi submetido a uma cirurgia ceratorrefrativa e apresenta uma aberração coma de 0.666 µm, que provavelmente iria dificultar a adaptação com uma LIO multifocal. Nessa imagem, ainda podemos notar uma aberração esférica de +1.121 µm, resultante do aplanamento central secundário ao tratamento miópico prévio. Esse é um paciente ideal para uso de LIO asférica monofocal, de aberração esférica negativa.

 


Figura 10 – Exame de aberrometria de paciente pós-cirurgia refrativa, com aberração coma de 0.666µm e aberração esférica de +1.121µm, resultantes da fotoablação miópica.

 

Nova Tecnologia (ORA® )

O ORA® (Optiwave Refractive Analysis; WaveTec Vision Systems Inc., Aliso Viejo, CA, USA) é uma plataforma de análise de aberrometria intraoperatória. Ela foi desenvolvida no intuito de aumentar ainda mais a precisão biométrica na cirurgia de catarata, utilizando a aberrometria para produzir resultados mais previsíveis e precisos do poder efetivo da lente.

Tecnologias de frente de onda, como Hartmann-Shack, fazem uso de princípios matemáticos para capturar e analisar uma frente de onda. No entanto, essas tecnologias não se prestam para uso em cirurgia de catarata, pois o seu desenho é muito grande para ser incorporado ao microscópio cirúrgico. Além disso, essa tecnologia tem uma limitação refracional de, em média -10 à +8 dioptrias (D), enquanto as médias de um olho do paciente típico catarata é de +13D. O ORA® usa uma nova forma de análise de frente de onda, conhecido como Interferometria Talbot- Moiré.18 Essa tecnologia permite que o equipamento seja compacto e leve, podendo ser ligado diretamente ao microscópio cirúrgico, sem interferir com o espaço de trabalho, além de poder a cobrir dioptrias de -20 a +20D.

As medidas de refração desse equipamento podem ser feitas nos modos fácicos, afácicos ou pseudofácicos. As refrações no modo afácico são primariamente desenvolvidas para ajudar na correção do valor esférico e cilíndrico das lentes intraoculares (LIOs). Já as leituras no modo pseudofácico são para confirmar o erro refracional programado no pré-operatório, ajudar a posicionar LIO tóricas além de ajudar sobre medida de graus nas incisões relaxantes límbicas.

Publicações demonstram que as leituras desse equipamento podem ser afetadas pelo edema corneano e tipos de blefarostato.19 As medidas mais reprodutíveis são feitas no modo afácico com uso de viscoelástico.20 Apesar disso, uma publicação recente de Maket et al testou 6 diferentes viscoelásticos e sua possível interferência nas leituras biométricas da aberrometria intraoperatória e perceberem que 2 dos 6 materiais apresentavam uma diferença biométrica de 0,50 para menos, quando comparados com o BSS. Esse desvio biométrico pode ser explicado pelos diferentes índices de refração dos materiais. Dessa forma os autores sugerem avaliar com cuidado os valores medidos e tentar corrigir se necessário o nomograma de escolha da lente.21

Apesar dessas limitações, estudos têm demonstrado que o uso de aberrometria intraoperatória aumentou 2.4 vezes a chance de obter 0.50D ou menor no astigmatismo refrativo residual, quando comparado com métodos convencionais. Além de demonstrar que o uso da aberrometria intraoperatória modificou significativamente a tomada de decisão durante a cirurgia, com a mudança de poder cilíndrico em 24% das vezes, mudança do poder esférico 25%, além de rotações em 92% dos casos de implante de lente tórica.22 Além disso, estudos têm demonstrado que o uso dessa tecnologia pode prover resultados refracionais superiores em casos de cirurgia corneo-refrativa prévia (LASIK ou PRK), quando comparadas com calculadoras convencionais para lentes tóricas.23,24

 

CONCLUSÃO

Diante do exposto, podemos observar que o exame de Aberrometria pré-operatório para o paciente que será submetido à Cirurgia de Catarata é, atualmente, considerado de grande utilidade para a otimização do planejamento cirúrgico e melhor escolha da lente intraocular. Com esses cuidados pré-operatórios, o cirurgião pode oferecer ao seu paciente uma melhor qualidade visual pós-operatória, bem como evitar insatisfações decorrentes da influência das aberrações oculares prévias no resultado facorrefrativo.

 

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Fonte de financiamento: declaram não haver.

Conflito de interesses: declaram não haver.

Recebido em: 27 de Fevereiro de 2017.
Aceito em: 11 de Março de 2017.


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